quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Contato com o mundo de lá

Auaris - RR





      Não sei se tive uma empatia automática pelo mundo indígena. Trocar de mundo não é nada fácil, ainda mais por decreto. Meu primeiro contato com os Yanomami foi em Maturacá, ponto base para quem vai subir o pico da Neblina. Já havia estado com vários índios antes em São Gabriel da Cachoeira, porém nunca no mundo "deles". Para alguém acostumado aos prazeres e conforto dos brancos, aquilo representava tudo o que não queria.

      Fiquei obrigatoriamente  por quarenta dias em Maturacá, prometendo cultuar para sempre a geladeira mais próxima. Levei dois anos antes de querer voltar, desta vez para um contato maior.
      A fotografia é o pior método de se fazer amizade com um Yanomami. Eles tem mais medo de uma câmera do que o diabo da cruz. Eles se interessam mesmo é por objetos muito mais simples: canetas, colares,  pulseiras, mochilas.
       Uma vez dei uma gaita (linda,Hohner alemã) para um yanomami que me perturbou tanto que acabei cedendo. Ele tocou a mesma nota por quatro dias sem parar e depois simplesmente se desinteressou, obviamente vendo a inutilidade daquilo. E me devolveu, não sem antes querer fazer uma troca no meu relógio. Acabamos fechando em um shorts e um sabonete. Fiz um bom negócio.
 

2 comentários:

  1. QUE LEGAL, EU TENHO UMA TIA QUE MORA EM ALDEIAS INDÍGENAS DAQUI DE RONDÔNIA E DE MATO GROSSO, ELA É FORMADORA DOS PROFESSORES ÍNDIOS E ATÉ APRENDEU VÁRIAS LINGUAS. ESSAS SUAS FOTOS MERECEM EXPOSIÇÃO, SE AINDA NÃO FORAM EXPOSTAS ESTÁ PERDENDO TEMPO, PORQUE SÃO MARAVILHOSAS. ÓTIMA NOITE...

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  2. Os yanomamis aqui da aldeia onde faz muito frio, estão sentindo falta dos yanomamis que voltaram prosladiminas. Acabamos não fazendo a tua exposição de fotos na Confraria, mas ainda dá tempo.

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