terça-feira, 6 de setembro de 2011

Tiradentes - onde a vagareza é uma virtude

   
      Conheço Tiradentes desde que me entendo por gente. Viajávamos pra lá nas férias com meu pai, todos no banco da frente de um opala azul de três marchas, raramente ultrapassando os cinquenta quilômetros por hora. Sem cinto, claro. Voltar agora, trinta anos depois, é uma forma de recordar o passado e refazer com meus filhos os mesmos caminhos que fiz com meu velho pai.

      Tiradentes é Minas levado ao extremo. A praça é o centro do mundo. Você logo descobre que sentar na praça não é pecado mortal, muito menos perda de tempo. Curtir Tiradentes é trabalhar a ansiedade moderna do tempo escasso. Aqui tudo é mais devagar que o mundo lá fora, até mesmo para os carros que andam a passo de tartaruga para não desmontarem. Tiradentes é o único lugar onde pedestre ultrapassa carro.











        A noite é uma atração a parte em Tiradentes. Nada de boates barulhentas, carros tocando sertanejo ou extremas badalações. A noite é intimista, descolada, cool. Bater papo é uma tradição mineira e Tiradentes a sua meca. A meia luz que ilumina as ruas valoriza a impressão de ter viajado no tempo até aquele lugar único. É como estar constantemente dentro das grandes histórias e conspirações que conhecemos tão bem dos livros, mas nunca vivenciamos.

       Conhecer Tiradentes é um privilégio. Compreender Tiradentes  um desafio.







          Abraço a todos. E viva Santo Expedito!

Um comentário:

  1. Mais uma vez as fotos estão lindas!!! Parabéns. Tiradentes é minha cidade favorita do circuito histórico.
    Abração, Altamiro

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